A Seleção Brasileira era um elenco e agora é um time. Alguma semelhança com a nação?
Este mês de junho foi crucial para a Seleção Brasileira e o próprio Brasil. Vou falar primeiro da primeira e por último do último.
Fred foi um dos destaques individuais e já selou a sua convocação para a Copa. A Espanha parecia anestesiada e entregue durante bom tempo. Brasil foi fatal. Foto: FoxSports/Getty |
A impressão que se tinha anteriormente desde os últimos anos é que o escrete canarinho era mais um elenco, ou seja, uma simples união de jogadores (que qualquer torcedor pode fazer), do que um time, ou seja, um elenco organizado.
O dedo de Felipão (ui) certamente foi um dos elementos que conseguiu transformar o grupo em um agregado que tinha um objetivo. Parece que mais uma vez o treinador conseguiu criar uma família.
A exibição frente à Espanha entrou para a história. Desde as vitórias contra a Argentina em 2004 e 2005, nos anos dourados de Kaká, Ronaldinho Gaúcho e Adriano, o selecionado não jogava tão bem.
Uma diferença muito importante deve ser realçada. O Brasil derrotou a melhor equipe do mundo (ou pelo menos ela era até hoje), muito diferente daquela Argentina, que não era unanimidade.
Nova família Scolari se formando? Um bom sinal. Mas a Copa das Confederações não é parâmetro. Foto: Gazeta do Povo. |
Depois do jogo ficou um gostinho de lavada. Os jogadores espanhóis estavam atordoados. Afinal, pareceu muito fácil. De repente a fonte do seu futebol secou.
Mas, porém, contudo, todavia, gostaria de lembrar que a Copa das Confederações não é parâmetro para a Copa do Mundo. Nenhuma equipe vencedora foi campeã no ano seguinte.
O povo acordou? Estamos deixando de ser um elenco para ser um time? |
A minha maior esperança é que o povo brasileiro tenha deixado de ser um elenco - um amontoado de gente, para ser um time. Metáforas do futebol não faltam. A melhor com certeza parece ser: a marcação cerrada vem dado certo.
Claro, ainda falta muito. Já temos bons resultados como a aceleração de muitos projetos políticos populares, o corte de tarifas de serviços públicos, entre outros.
Melhor ainda seria a criação de uma mentalidade comum brasileira afeita a querer reclamar o que é seu. Ou seja, montar um time mesmo. Cenas do próximo capítulo...
É isso. Falo mais depois.
Sarli.