segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Os pontos fulcrais de São Paulo e Corinthians.

Fulcral é o ponto mais importante em um determinado momento. Significa o ápice de um evento decisório, significativo, algo que vai determinar o futuro. 

Neste momento, passamos por alguns pontos fulcrais no Futebol Brasileiro, em especial do São Paulo, do Corinthians, de Tite, do Campeonato Brasileiro e das revelações Brasileiras para 2016 ou talvez até 2014. 
Nestes posts, falo dos dois primeiros. 

O São Paulo Futebol Clube se encontra num ponto fulcral no Brasileirão. Considero os próximos seis jogos muito mais importantes para a equipe fugir do rebaixamento ou ser rebaixada do que as últimas rodadas. 



Explico. A equipe vai enfrentar, nas próximas 6 rodadas, ou times que estão disputando no topo ou times que estão disputando com o próprio São Paulo para não serem rebaixadas. Botafogo (fora), Criciúma (casa), Coritiba (fora), Ponte Preta (casa), Vasco (fora), e Galo (casa). Diria que destes pontos, 9 são essenciais. Se a equipe vencer os seus rivais diretos, que são jogo em casa, faltando 48 pontos em disputa, as chances de rebaixamento diminuem drasticamente. Com 3 vitórias, a equipe estaria fora do Z-4. 
No entanto, qualquer derrota em casa não só vai deixar a equipe em maus lençóis, como vai dificultar, e muito, a saída da crise do Time, que tem muita relação com a confiança dos jogadores.

Depois destes jogos, o SPFC terá jogos dificílimos contra Goiás, Grêmio, Santos e Cruzeiro, em que as chances de derrota são muito maiores. Por isso, o momento de adquirir confiança são os próximos 6 jogos.

O Corinthians se  encontra no ponto fulcral do seu próprio Futebol. A equipe tem qualidade suficiente para terminar o campeonato no G-4, mas o futebol está deixando a desejar. A fórmula de jogo do Time, que deu muito certo em 2012, foi copiada pelos principais adversários, que dificultam e muito que a equipe marque gols. 

Paulinho e Jorge Henrique. Personagens essenciais para o esquema de jogo de 2012 do Corinthians, que ainda não se adaptou, especialmente depois da saída do último.


Por outro lado, a ausência de inspiração tem muito a ver com a perda de duas peças que foram essenciais para o time em 2012 - Jorge Henrique e Paulinho. O primeiro fazia melhor que todos os atacantes do time, naquilo que Tite mais preza em seus atacantes. A marcação. Tanto que desde que Tite chegou, JH deixou de fazer gols importantes. Mas quem se lembra dos jogos contra Vasco, Santos, Boca e Chelsea sabe do papel importantíssimo que o Atacante teve para segurar o lado direito dos ataques destas equipes, com destaque para Neymar. 
Quando Pato chegou, JH perdeu espaço no time. Mas Pato não sabe marcar tão bem e quanto mais marca, mais se extenua para finalizar. O mesmo pode se dizer de Romarinho, Guerrero, Emerson e Douglas. Estes jogadores parecem não se comunicar. Quando um atacante volta, deve deixar espaço para outros, especialmente os meio campistas. 
A marcação dos atacantes permitia uma pressão constante do Corinthians sobre seus adversários, sem que os zagueiros tivessem muitas preocupações. A segunda parte ainda acontece - hoje a equipe ainda toma muito poucos gols. Mas a pressão constante foi perdida, muito em razão do espaço que existe entre o ataque e o meio. 

Em 2012, o Corinthians padecia dos mesmos defeitos, mas numa escala menor. Outra diferença tinha um jogador em especial que era o determinante do time. Paulinho não só era um exímio finalizador (melhor que Pato e Romarinho), como se aproveitava inteligentemente dos deslocamentos de Jorge Henrique e Emerson para avançar ao ataque. 

Por isso a perda destes dois jogadores colocou o Corinthians num ponto fulcral. Ou os jogadores se adaptam ao esquema, ou o time restará muito sujeito a não passar de um coadjuvante de luxo em 2013. 

Os próximos jogos dirão isso. O Corinthians, à semelhança do São Paulo, enfrenta times do topo fora e times candidatos a rebaixamento em casa, em sua maioria, depois do Flamengo (casa). Os jogos são Inter (fora), Náutico (casa), Botafogo (fora), Goiás (casa), e Ponte (fora). 

sábado, 3 de agosto de 2013

Começa o Agosto do futebol Brasileiro. Santos, São Paulo e Corinthians.

O Santos protagonizou um dos maiores vexames de todos os tempos do Futebol Brasileiro. Era só um amistoso, mas mesmo assim, como uma equipe pode ser tão submissa a ponto de tomar oito gols do Barcelona, que acaba de iniciar a temporada e não está no seu melhor momento físico?
O Santos é pior que o Valerenga, o time Norueguês que tomou 7x0 do mesmo Barça? Com certeza que não. E mesmo com a saída de Neymar o time praiano não era ruim o suficiente para sofrer essa goleada vexatória. 

Neymar aliviado em jogar pelo Barça. Os jogadores do Santos literalmente não viram a cor da bola. 


O Santos demonstrou uma passividade, uma enorme falta de vontade, como se o resultado sequer importasse. O resultado foi o que vimos. Já o Barcelona não estava nem aí. Goleia mesmo, mesmo que seja um amistoso de pagamento.
Infelizmente, o resultado vai ficar pra história, de uma forma muito pejorativa para o futebol brasileiro. Afinal, apenas 2 anos atrás o time praiano foi campeão da Libertadores e deveria ser um dos expoentes que representasse o que há de melhor no Brasil. E o 8 x 0 ainda ficou barato. 

O tricolor paulista também deve ser alvo de críticas contundentes. A equipe deixou o lado financeiro falar mais alto do que o futebolístico, ao fazer uma série de jogos nos exterior, no meio do campeonato brasileiro, cansando o time titular, já afetado também psicologicamente. Resultado: a equipe deixou o Brasil na zona da degola do certame, com dois jogos a mais que os adversários, vai voltar com mais algumas derrotas na bagagem e os jogadores mais desgastados do que antes. 

Vale lembrar que o Brasileirão está entrando na fase de jogos que distam entre si de 4 em 4 dias, e não apenas 7. Ou seja, nesta etapa, o condicionamento físico e a estrutura dos times começarão a falar mais alto. 

A equipe Corinthiana finalmente jogou um futebol de quem pleiteia alguma coisa neste campeonato, mas ainda é cedo para tomar maiores conclusões. A vitória de 2 x 0 contra o Grêmio, contudo, demonstra que a falta de pontaria - especialmente os gols que Pato tem perdido, pode prejudicar as ambições do time, ainda mais com a saída de Paulinho, um jogador que era responsável por parcela considerável dos gols do time. 

Aliás, Pato praticamente terá que começar novamente sua carreira no Corinthians. Em alguns meses, ele caiu do status de craque que veio pra resolver, para o status de um bom jogador, um reserva de luxo. 
Em um campeonato em que jogadores como Maxi Biancucchi, Alex e Seedorf fazem diferencial, Pato deveria deitar e rolar, mas o que se vê é que o jogador se acomodou com a reserva. 

O Brasileirão hoje. Os três primeiros colocados do certame são Botafogo, Coritiba e Bahia, contrariando as previsões dos especialistas do Futebol, que apontavam Corinthians, Atlético-MG, Fluminense e até São Paulo no topo. Ainda que estejamos em etapa inicial do campeonato, já alcançamos a marca substancial de 1/4 das partidas jogadas.



Nos últimos três campeonatos, vimos que a tendência é que já nesta etapa do Brasileiro os times que vão disputar o título se destaquem. Exceção é o Cruzeiro de 2010, que foi vice-campeão e estava em sétimo lugar, e o Fluminense em 2011, que foi terceiro lugar, saindo da zona do rebaixamento. 

Algumas diferenças merecem ser notadas para o certame deste ano. A pequena diferença de pontuação entre o primeiro e o décimo colocado e a liderança com pequeno numero de pontos, o que torna, em 2013, o campeonato ainda muito mais aberto e imprevisível do que os dos anos anteriores. O campeonato desse ano também foi marcado pelo intervalo oriundo da Copa das Confederações, o que influi, especialmente na parte física e privilegia times que não jogaram a Libertadores.

Já os citados favoritos ainda não estão fazendo bonito. Corinthians apenas em nono e Fluminense, Atlético-MG e SPFC muito próximos ou dentro da zona do rebaixamento. 
Posso dizer que talvez este ano, mantendo a lógica dos anos anteriores e a atual pontuação, a equipe que chegar com 60 pontos se classificará para a Libertadores e será campeão o time que chegar com no mínimo 68. 


quarta-feira, 24 de julho de 2013

Atlético Mineiro campeão da Libertadores,,, e a derrocada do Sâo Paulo

Falo primeiro do São Paulo. A equipe deixou de ganhar pontos importantes em casa, contra Cruzeiro e Inter, e caminha para um rebaixamento que pode encerrar a história de Juvenal Juvêncio na equipe. A questão é: O que vai acontecer primeiro? O São Paulo é rebaixado ou JJ se retira? Embora o elenco do São Paulo seja muito melhor do que a da maioria dos times do certame, a equipe caminha a passos largos para as últimas posições. 

Lúcia perdeu a bola e Leandro Damião fez o gol da vitória do Inter. Foto: Uol Esporte. 


Depois da derrota de hoje para o Inter, o São Paulo já disputou mais de 1/4 do campeonato. Quando os outros times alcançarem o mesmo número de jogos, o tricolor estará no Z4. Já o Inter parece se encaminhar para disputar o título. 

Atlético Mineiro. A conquista mais emocionante dos últimos anos. 
O jogo tem que ser dividido em dois. O primeiro tempo foi fraco, com poucas chances de gol para o Galo. Em suma, tudo que o Olimpia queria: que não sofresse muito perigo e que o tempo passasse rapidamente. Aliás, a marcação da equipe paraguaia é de surpreender pela qualidade. No segundo tempo, mesmo com o cansaço, conseguiram levar a equipe para a prorrogação e penalties.

E no entanto, quem no começo do campeonato imaginaria que a final seria Olimpia x Atlético Mineiro? A Libertadores é extremamente imprevisível. O Olimpia sequer ficou entre os três melhores do último campeonato nacional.

O segundo tempo foi outro jogo. O Atlético acordou e o iluminado Jô, o melhor jogador brasileiro desse semestre, fez o primeiro gol. Em terra de silencioso Ronaldinho, Jô é Rei. O Olimpia preferia se focar em faltas para parar o jogo e abdicou de atacar. O problema de colocar o regulamento debaixo do braço é que ele pode escorregar. 

Durante o jogo o placar anunciou a renda de mais de 14 milhões de reais. Será verdade? Deve ser um recorde no Brasil. 
Mas qual foi lance crucial? o escorregão de Ferreira aos 38 min do segundo tempo, quando o mesmo poderia ter chutado para o gol livre. Quando não é pra ser não é. Os Atleticanos devem lembrar mais desse lance como um dos momentos que deram nota pra conquista como foi. Se o Olimpiano tivesse feito o gol tudo teria acabado ali. 

O gol do zagueiro Leonardo foi de pura insistência, depois de muitos cruzamentos, uma hora alguém ia acertar. Infelizmente não foi o Ronaldinho. Então, como eu disse no meu último post, o jogo iria para a prorrogação. O Galo continuou melhor mas as chances de gol rarearam. 

Penalty não é loteria. Penalty é treinamento, técnico, físico e especialmente mental. Não a toa os melhores batedores do Olimpia perderam o penalty. A equipe estava notadamente cansada. Mas como disse, o time paraguaio chegou bem longe.

Parabéns ao Atlético Mineiro. Foi muito mais justo que Victor tenha sido um dos heróis da conquista do Galo. Caso Ronaldinho batesse o último penalty, seria muito bom, mas foi melhor ainda que o responsável tenha sido o goleiro que desequilibrou nas quartas-de-final e semifinal.

Victor, o nome do Galo nessa Libertadores.


O azar do Cuca acabou. Incrível como tudo muda em 5 anos. Tite e Cuca eram consderados técnicos de terceiro escalão e hoje são os atuais campeões da Libertadores. Já Muricy Ramalho e Vanderlei Luxemburgo foram recentemente demitidos.

O Atlético saiu da fila em alto estilo. Foi uma das maiores conquistas de um time brasileiro nos últimos anos, e logo a mais importante da história do clube. Alias, pessoalmente, foi uma das mais emocionantes que já vi. 

domingo, 21 de julho de 2013

Curtas de Futebol do Sarli 21072013

Libertadores da América

Ronaldinho vai ter que correr muito mais do que correu. As chances do Galo, mesmo com placar considerável e desfavorável, ainda são muito boas, considerando que na final não existe a regra do gol fora. Foto: Lancenet.


Reiterando o meu posicionamento anterior, o Galo tem tudo pra vencer a Libertadores, mesmo com o placar de 2x0 contrário desde o início do jogo. Eu sinto que a partida vai ser muito mascada igual a do Newell's, mas um pouco mais aberta. Talvez o placar de 2 x0 ou 3 x 1 para o Atlético leve para a prorrogação, e lá um gol defina o campeão, por exemplo, um gol de Jô para o Galo.

Para isso não falta nem futebol, nem técnica, nem garra nem sorte. Claro, o Olimpia também tem tudo isso. Fiquei sabendo que os jogadores da equipe Paraguaia não recebem salários há 9 meses, então, eles devem vir com muita sede ao pote.

São Paulo Futebol Clube
Eu já disse várias vezes que mandar o técnico embora não resolve e não resolveu. O SPFC passa pela maior série de derrotas de sua história e continuando assim é capaz de estabelecer um recorde negativo. Os próximos jogos do Tricolor são Internacional (no RS), Corinthians, Bayern de Munique. Ou seja, não são poucas as chances da equipe lidar com 10 derrotas seguidas. Aliás, que hora pra jogar amistosos internacionais.

Ceni cabisbaixo. Crise nunca antes vivida pelo São Paulo, com recorde de derrotas. Foto: R7


O rebaixamento está logo ali na esquina. O São Paulo tem um jogo a mais que seus adversários e apenas 8 pontos em nove rodadas, pontuação digna de rebaixados nos últimos anos.

Corinthians
O Corinthians deixou ganhou apenas 1 de 6 pontos em dois jogos que tinha tudo para vencer. Assim, fica cada vez mais difícil a equipe engrenar em busca do título ou mesmo da Libertadores. Já estamos finalizando o primeiro quarto do campeonato, o que significa que os times que vieram pra vencer já estão colocando uma vantagem sobre os demais. 

Pato se deu bem com a água e fez um gol. O atacante no entanto perdeu outras boas chances. Foto: Meio Norte


A equipe Corinthiana também sofreu o azar de jogar em um campo totalmente sem condições de jogo, mas isso não a impediu de perder alguns gols que teriam lhe garantido a vitória. 
Agora o timão vai ter uma série de jogos um pouco mais complicada do que esta que passou. Depois do São Paulo, enfrenta o Grêmio (casa), Criciúma (fora), Santos (casa) e Vitória (fora).

Destaques do Brasileirão até agora
A crise do São Paulo, o bom futebol do Coritiba e a ascensão de Inter e Cruzeiro.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Atlético Mineiro tem tudo para ganhar a Libertadores.

O Atlético Mineiro tem uma das melhores chances de sua história de ganhar a Libertadores. Não se trata aqui de minorar o desempenho do Newell's Old Boys, muito pelo contrário. Mas digo e repito que o Galo só não venceu no tempo normal muito em relação com seu próprio nervosismo e limitações de jogadas, que se resumiam a cruzamentos e tentativas frustadas de tabelas para entrar na área. 

O Galo tem uma série de bons jogadores, incluindo o festejado Ronaldinho, que tiveram e tem chance de desequilibrar. Mas nesta reta final da Libertadores o futebol apresentado não foi o mesmo daquele do começo do campeonato. No jogo desta quarta a equipe fez pouco mais do que 4 chutes a gol, demonstrando um certo desequilibrio, que no fim foi compensado pela garra.

Talvez melhor oportunidade de ser campeão não se apresente tão cedo. A equipe do Olimpia é boa mas não se compara com o Newell's, ou Fluminense ou Corinthians.  O Galo depende muito mais de si do que a equipe paraguaia, que todavia é muito mais copeira que o Galo.

É até engraçada a participação do Olimpia na final. O clube paraguaio varias vezes foi desclassificado facilmente nas fases de grupo em outros campeonatos, mas aparece para beliscar a chance de título contra outro brasileiro, como foi em 2002, frente ao São Caetano.

Libertadores.
A Libertadores é um campeonato a parte.  No geral, são apenas 8 jogos - dificilmente há um grande desafio na fase dos grupos. Dá a impressão que é fácil chegar na final, o que não é. É difícil mensurar o poderio de outros times sulamericanos e as vezes caímos na falsa impressão de que somente os times brasileiros são bons. Com isso deixamos passar Once Caldas, LDUs e Olimpias da vida como se fossem times abaixo dos médios brasileiros e não é bem assim. 

Arbitragem
O comportamento da arbitragem frente as equipes brasileiras, em especial o Atlético e o Corinthians nesta Libertadores, beirou o absurdo. A palavra correta é "estranho", porque muitos dos erros ocorridos são crassos e seriam suficientes para mudar o futuro de ambas as equipes. 

terça-feira, 9 de julho de 2013

Haverá domínio no Futebol Brasileiro?

Caros leitores, venho aqui retomar um assunto que já discuti antes: Haverá domínio no Futebol Brasileiro?

Faço essa pergunta tendo em mente o artigo do Julio Gomes, em seu blog na Uol.

Diz o comentarista que cada vez menos jogadores querem jogar na Liga Espanhola em virtude da ausência de protagonismo dos times menores. Que isto guarda estreita relação com a negociação dos direitos televisivos de forma separada entre os times, fazendo com que Real Madrid e Barcelona abocanhem mais de 50% das receitas. Assim os times menores, sem dinheiro e sem chances no campeonato, não conseguem segurar os seus melhores jogadores. Com isso o público e a própria televisão teriam perdido interesse em outros jogos que não dos dois principais.

Com relação ao Brasileirão, diz ainda que cada vez mais times entram no certame sabedores que não vão ganhar e que Corinthians, Flamengo e São Paulo ganham muito mais do que os outros 9 times grandes. Ou seja, deixa nas entrelinhas que o Brasileirão poderá padecer dos mesmos defeitos da Liga Espanhola. 

Discordo da maior parte do que diz o comentarista.

Eu mesmo já disse aqui que o Futebol Brasileiro continua competitivo: 


Disse e continuo dizendo que os times intermediários continuam com plenas chances de serem campeões. Alguns fatos explicam isso. Muito embora nos últimos 10 campeonatos somente equipes do Rio e de São Paulo tenham sido campeãs, isso não significa que haverá um desequilíbrio do eixo do futebol maior do que o que há hoje. 

Basta lembrar da década de 60. Quem dominava o Futebol Brasileiro e quiçá mundial da época eram três times: Santos, Botafogo e Palmeiras. Todos do eixo Rio São Paulo. As principais fontes de renda de daquelas equipes eram o público e os amistosos. E estas equipes tiveram então tudo para manter o dito domínio já que atraiam maiores investimentos para si. 

Se houve um domínio no futebol brasileiro,
foi na década de 60, entre Santos, Palmeiras e Botafogo.
Foto: Domínio Público. 


No entanto, não foi bem assim o que ocorreu: Na década de 70 o domínio do Futebol Brasileiro se pulverizou. Grandes equipes saíram de Minas Gerais, com Cruzeiro de Nelinho e Tostão e Atlético de Dadá, do Rio Grande do Sul, como o Inter de Falcão, e do Rio, com o Vasco de Dinamite e o Flamengo de Zico. De São Paulo, o Palmeiras teve um ínicio arrasador e começou a enfrentar um fila que duraria 19 anos. O São Paulo começou a se destacar e o Corinthians saiu da sua duradoura fila.

Inter de Falcão foi um dos grandes vencedores da década de 70.
Mas naquele decênio houve muitos vencedores.
Fotos: Domínio Público.


E na década de 80. Houve um curto domínio de equipes como Grêmio, Flamengo, Fluminense e Corinthians. E bons times saíram inclusive do Paraná com o Coritiba campeão em 1985 e o da Bahia com o Bahia campeão em 1988. 

A década de 1980 também teve muitas variações de campeões. 
O Flamengo teve quatro títulos. 
Destaque para o último título do Bahia em 1988,
que desde então perdeu a 
condição de protagonista do futebol brasileiro.

A década de 90 sim, foi dominada pelo eixo Rio São Paulo. Mas dos oito times deste eixo apenas o Fluminense não foi campeão. Não houve um abismo tão grande. Resta lembrar que o Grêmio e o Cruzeiro foram campeões da Libertadores. 

Eu diria que o que a grande mudança do futebol brasileiro talvez já tenha acontecido: a queda de protagonismo dos times menores no Brasileirão. Isso vem de três fatores: (i) a concentração de renda das tvs na série A; (ii) os pontos corridos; e (iii) a diminuição do número de participantes do certame nacional, algo que era antes 28 ou até mais para o número de 20 atual.  Com isso temos 12 grandes times que dificilmente são rebaixados e 8 times que disputarão entre si para não caírem. Isso criou um efeito nefasto também na produção de jogadores. Surgiram muitos times de empresários que duram apenas um ano. 

Com isso algumas equipes são campeãs e no ano seguinte são rebaixadas novamente. Caso peculiar do Guarani. Além deste time campineiro podemos citar a derrocada da Ponte Preta, da Portuguesa, do Paraná, do Goiás, do Bahia, do Vitória, do Sport, Náutico, Santa Cruz, América Mineiro e Juventude, clubes que faziam parte da primeira divisão mas que recentemente tem um histórico de queda e subida. Podemos destacar que Atlético Paranaense e Coritiba parecem ter subido para ficar, mas nada garante a sua presença continua na próxima década.

Já na década 2000, tivemos uma grande variação de campeões, com o Vasco, Santos, Atlético Paranaense, Cruzeiro, Corinthians, Flamengo e São Paulo. 

Atlético Paranaense campeão brasileiro de 2001.
Esta década também não teve grande domínio. Foto Pública.


Ou seja, não houve ainda no Futebol brasileiro um domínio como aquele dos anos 60. Cada vez mais times atingiram o protagonismo. Se há uma tendência é a crescente concentração dos títulos nos 12 grandes clubes brasileiros, algo não muito diferente do que ocorre há 60 anos. 

Apontar que Flamengo, Corinthians e São Paulo podem dominar o futebol brasileiro é uma opinião que merece reconhecimento. Mas como já disse, o Brasil, diferente da Europa, é um país de proporções continentais. Não devemos nos esquecer que outros times tem excelentes programas de marketing e de sócio-torcedor, como o Internacional, o Grêmio e o Atlético Paranaense. 

Corinthians, São Paulo e Flamengo detém as maiores cotas de TV, mas isso não impede outros times de receberem quantias consideráveis e esta não é a única fonte de renda dos grandes times. Deve ser citado também o marketing e o sócio-torcedor. Foto: Eduardo/Viana/Ferreira/Lancenet


Assim, o futuro do futebol brasileiro tende a continuar competitivo na próxima década. Eventual derrocada de um grande time seria muito mais resultado de má-organização e ausência de adaptação do que somente pressão e domínio de outros times. O Palmeiras recebe uma das maiores cotas de televisão do Brasil, mas isso não impediu que a equipe fosse rebaixada devido, também, a erros de administração.. O Vasco também recebe uma quantia considerável mas enfrenta problemas financeiros. 



segunda-feira, 8 de julho de 2013

Curtas do Sarli - Brasileirão

Três semanas são o suficiente para mudar o panorama do Campeonato Brasileiro. Alguns técnicos importantes foram demitidos: Luxemburgo, Muricy, e Ney Franco dançaram. Não gosto de fazer chutes, mas digo que dificilmente um time que muda o treinador vai para a Libertadores.

O Coritiba é uma boa surpresa e tem merecido estar entre os primeiros. A equipe tem jogado um futebol que lhe garantiria uma vaga na Libertadores tranquilamente. Não é por acaso que a equipe foi vice-campeã da Copa do Brasil nos últimos dois anos. Talvez esse ano a bola não bata só na trave.

Alex é o destaque do Coritiba que tem ótimas chances de chegar à Libertadores.
Foto: Felipe Gabriel/Lancenet.
O Corinthians voltou a jogar um futebol parecido com aquele de 2011 e 2012. Muito volume de jogo, vitórias curtas, gols perdidos, marcação por pressão e controle do jogo. A equipe deve se classificar para a Libertadores.

Os brasileirões que são interrompidos tem sempre uma nota especial. Em 2002, após a copa do mundo, surgiu uma nova geração de meninos da Vila Belmiro. Em 2006 o Inter roubou a taça Libertadores do São Paulo, que acabou Campeão Brasileiro naquele ano. Em 2010 o Corinthians começou arrebatador. Após a Copa, a equipe perdeu liga e o Fluminense se sagrou campeão daquele ano.


quinta-feira, 4 de julho de 2013

A culpa é sempre dos técnicos? Curtas do Sarli

Neste último final de semana que passou, o técnico do Grêmio, Vanderlei Luxemburgo, foi demitido durante um jogo-treino da equipe gaúcha contra o Caxias do Sul. 
O treinador estava há pouco mais de 15 meses no clube e tinha um aproveitamento de cerca de 64% dos pontos que conquistou. Não ganhou nenhum título, mas classificou o Grêmio para a Libertadores. 

Agora, era pra tanto? Não conheço a rotina gremista, mas conheço a mania dos clubes brasileiros de demitir os treinadores caso eles não sejam campeões. 

Vamos fazer um exercício simples de matemática. No nosso certame, existem 12 grandes times que têm conquistado a maior parte dos títulos mais importantes desta terra (Brasileiro, Copa do Brasil e Libertadores). São Atlético Mineiro, Cruzeiro, Inter, Grêmio, Vasco, Flamengo, Botafogo, Fluminense, São Paulo, Corinthians, Santos e Palmeiras. 

Somente um vai ser campeão, por óbvio. Isso quer dizer que temos a chance de ter apenas três times brasileiros conquistando os títulos nacionais e internacionais. Todos os restantes ficam chupando o dedo. Por isso, é muito difícil ser campeão nestas terras, diferente dos países europeus, em que os contestantes são poucos. 

Então com essa premissa posso dizer que chegar na Libertadores já é um excelente resultado. Foi o que fizeram Vanderlei Luxemburgo no Grêmio e Ney Franco no São Paulo. No entanto, o primeiro acaba de ser demitido e o outro está ameaçado há um bom tempo. 

No Brasil, a culpa quase sempre é do técnico.



Como já disse antes, time que bate na trave chega mais perto do gol. Equipes que mantém o técnico têm muito mais chances de serem campeãs dos campeonatos mais disputados. Não é a toa que o Sâo Paulo foi tricampeão Brasileiro em 2006/07/08 e o Corinthians campeão da Libertadores em 2012. Em ambos, os técnicos contavam com mais de um ano de equipe. O Fluminense de Abel Braga foi campeão após mais de um ano na equipe. Ou seja, o trabalho conta.

Pois então, eu já escrevi sobre esse assunto aqui antes e sei que infelizmente essa mania não vai mudar. Mais vale mandar um técnico do que a diretoria embora. O futebol brasileiro perde. 

domingo, 30 de junho de 2013

O Brasil tem um elenco e agora tem um time. Alguma semelhança?

A Seleção Brasileira era um elenco e agora é um time. Alguma semelhança com a nação?

Este mês de junho foi crucial para a Seleção Brasileira e o próprio Brasil. Vou falar primeiro da primeira e por último do último.

Fred foi um dos destaques individuais e já selou a sua convocação para a Copa. A Espanha parecia anestesiada e entregue durante bom tempo. Brasil foi fatal. Foto: FoxSports/Getty


A impressão que se tinha anteriormente desde os últimos anos é que o escrete canarinho era mais um elenco, ou seja, uma simples união de jogadores (que qualquer torcedor pode fazer), do que um time, ou seja, um elenco organizado.

O dedo de Felipão (ui) certamente foi um dos elementos que conseguiu transformar o grupo em um agregado que tinha um objetivo. Parece que mais uma vez o treinador conseguiu criar uma família.

A exibição frente à Espanha entrou para a história. Desde as vitórias contra a Argentina em 2004 e 2005, nos anos dourados de Kaká, Ronaldinho Gaúcho e Adriano, o selecionado não jogava tão bem.

Uma diferença muito importante deve ser realçada. O Brasil derrotou a melhor equipe do mundo (ou pelo menos ela era até hoje), muito diferente daquela Argentina, que não era unanimidade.

Nova família Scolari se formando? Um bom sinal. Mas a Copa das Confederações não é parâmetro. Foto: Gazeta do Povo.

Depois do jogo ficou um gostinho de lavada. Os jogadores espanhóis estavam atordoados. Afinal, pareceu muito fácil. De repente a fonte do seu futebol secou. 

Mas, porém, contudo, todavia, gostaria de lembrar que a Copa das Confederações não é parâmetro para a Copa do Mundo. Nenhuma equipe vencedora foi campeã no ano seguinte.

O povo acordou? Estamos deixando de ser um elenco para ser um time?


A minha maior esperança é que o povo brasileiro tenha deixado de ser um elenco - um amontoado de gente, para ser um time. Metáforas do futebol não faltam. A melhor com certeza parece ser: a marcação cerrada vem dado certo. 

Claro, ainda falta muito. Já temos bons resultados como a aceleração de muitos projetos políticos populares, o corte de tarifas de serviços públicos, entre outros. 

Melhor ainda seria a criação de uma mentalidade comum brasileira afeita a querer reclamar o que é seu. Ou seja, montar um time mesmo. Cenas do próximo capítulo...

É isso. Falo mais depois. 

Sarli.

Tira - Não há vagas



Boa tarde, pessoar, tudo bem? 

Hoje eu venho aqui colocar mais uma tira que fiz antigamente. Esta foi uma das primeiras tirinhas críticas que fiz, lá pelos idos de 2002 ou 2003. 


Esta tira tem um sentimento especial porque na época a taxa de desemprego no Brasil girava em 15%, ou seja, três vezes mais do que hoje, e eu acabava de completar 18 e tive muita dificuldade para arranjar um trabalho, não só por falta de vagas como por falta de orientação. 

Eu fiz ela inteirinha por computador e até hoje gosto de alguns elementos que pus no cenário, bem como foto de ela ser de um quadro só.

No mais, a tira fala por si!

Sinto falta de comentários aqui no Blog. Sem mais, Sarli


quinta-feira, 27 de junho de 2013

Goodbye Paulinho (written by a Corinthians supporter)

Goodbye Paulinho (written by a Corinthians' fan)

Paulinho holding the World Club Championship medal. Photo by Ferreira/Lancenet


Paulinho is brazilian football player who have been playing in Corinthians for the last three years. For us Corinthians' supporters, his farewell will be a great loss for the cast, not only because of his greatly recognized skills but also in terms of charisma and leadership.


Although today the player is an unanimous figure in most lists which regard the best players in Brazil, and for some commentators (including me), he is the very best, he was only three years ago an unknown guy, a defensive midfielder who grasped little success in a second division team. Contracted in order to just compose the bench, as Corinthians team had a good couple of midfielders at the time, Paulinho started to achieve his position in the first team little by little. In three years he aided Corinthians to win the international hat-trick, including the World Club Championship against Chelsea.

But you would certainly want to know better his abilities more than his path, so let me get straight to the point. 

I just said Paulinho is a midfielder, but it may be better to describe him as a false defensive midfielder. The guy has some very peculiar features, and among it the stands out that he is a natural scorer. The numbers talk for themselves:

In 168 matchs playing by Corinthians' colors, Paulinho scored more than 35 goals. Also, in the Brazilian team he scored more 5 goals in 15 matchs. That is a significant fact considering that he is responsible for marking the left side of opponent's forwarders. 

The main reason for that numbers, i dare to say, is that Paulinho has a very smart sense of position in the field. Some people say that it seems the ball is seeking for Paulinho, and not the opposite. Most of his goals he appears as a surprise element in the penalty area, as you may see in the video i put in the end of the post. 


That is not the only reason i depicted him as a false defensive midfielder. He sudden turns as a classic striker, for not only he has an eye for a goal, but more, he is specially skilled in dribbling and shooting with the right leg and has a talent in heading technique that reminds us some classic brazilian strikers that could "hover" in the air. 

I could and i will show you the most significative goal for Corinthians supporters that Paulinho has scored in the way i just described. Please note his' and his mates' reaction after the goal and you would see how much charisma he has before his name. That goal means a lot for us, so much that some fans say that was the Libertadores championship title goal. That was emblematic.

And Is not by coincidence that he is a definitive name in the national team now and in the World Cup.

Paulinho is a definite name in Brazilian first team. Photo: Uol esporte.

But a warn must be made. Corinthians cast has a recent historic of very good midfielders like Paulinho. I can cite now Elias, who played in Atletico de Madrid, and now is back to Brazil, Cristian who plays in Fenerbahce and Jucilei who is an Anzhi (Russia) player. They all have in common that they did not had or have the same success that they had in Corinthians. 

The reason is that Corinthians has been playing in the same tactics by the last 5 years, a way of play that favours some midfielders who tend to attack but also sacrifice some strikers putting then to mark by pressure and covering the midfielders absence. 

Aside from that, i greatly congratulate Tottenham for the acquisition and hope that Paulinho can help your team achieve the League title and even more. 




I also want to apologise in advance for some mistranslations, vocabulary and grammar mistakes, as i got rusty by the lack of practicing another language.

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quarta-feira, 26 de junho de 2013

Boa sorte, Paulinho.

Boa sorte, Paulinho.

 Paulinho e a medalha de campeão do Mundo de 2012. Foto: Ferreira/Lancenet


Paulinho é hoje certamente o jogador do Corinthians com quem mais a torcida se identifica, e aqui me incluo eu. A saída do jogador para o Tottenham da Inglaterra foi confirmada e só nos resta nos conformar e nos esforçar na difícil tarefa de encontrar um substituto à altura.

A torcida desconhecia aquele jogador que vinha do Bragantino,
mas já fazia muitos gols. Foto: Lancenet. 





Muito desse sentimento de pertencimento à torcida vem da história do jogador, que chegou como um desconhecido no Timão em 2010, para substituir o xodó Elias. A torcida certamente se perguntava quem era esse tal Paulinho que vinha do Bragantino, com um misto de descrença e talvez até desapontamento. Nada melhor que o tempo para provar o contrário: Paulinho conquistou o mundo.


Começamos a reparar que o novo volante marcava alguns gols importantes, já em 2010. Titular absoluto a partir em 2011 e um dos figurões do Brasileiro daquele ano, o jogador foi fundamental para a conquista da Libertadores do ano seguinte, de forma invicta e incontestável. 

Melhor: Paulinho fez o gol que muitos corinthianos consideram o gol do título da Libertadores de 2012, nas quartas de final contra o Vasco. Não só todo o lance do tento é importantíssimo, como a comemoração do volante e dos outros jogadores é uma cena exemplar que certamente traduz o espírito do time naquela competição.

Pra matar a saudade do gol: ao melhor estilo Dadá Maravilha, Paulinho paira no ar, testa confiante pro gol e corre para a torcida.



E o que falar da jogada do gol do Mundial? Paulinho limpou meia defesa do Chelsea antes de chutar, mas os deus do futebol quiseram dar o gol para o peruano predestinado Guerrero. 

Paulinho é uma espécie de paradigma do volante goleador brasileiro e certamente nos remete a figuras como Falcão e Rincón nos quesitos de liderança, postura em campo e participação em gols decisivos. Ele atua pelo lado direito do meio e frequentemente é visto ao ataque como um falso centroavante a jogar bolas para a rede diante da evidentemente surpreendida defesa adversária. 

As estatísticas também falam por si: em cerca de 160 jogos o volante tem mais de 30 gols. Não é para qualquer um. E olha o Paulinho aí fazendo gol na seleção também!

Paulinho é titular da Seleção Brasileira e um dos nomes garantidos na Copa de 2014.
Em 15 jogos pelo escrete o volante já tem 5 gols. Foto: Uol esporte.


Ouso dizer que nos dias de hoje ele é o jogador mais completo do Brasil. Mas claro, isso tem muito a ver com o esquema de jogo do Corinthians, a liberdade dada por Tite e pela cobertura dos atacantes. Algo que tem se repetido na seleção Brasileira. Mas claro, é sempre bom fazer algumas ressalvas e lembrar que alguns jogadores como o próprio Elias, Jucilei e Cristian, também fizeram muito sucesso por aqui mas na Europa não repetiram o mesmo futebol. Esperamos que o Paulinho não repita a sina.

E aqui num exercício de futurologia digo que o jogador tem tudo para figurar pelo menos entre os 10 melhores do mundo da lista da Fifa. 

Para terminar, parabenizo a equipe do Tottenham pela excelente aquisição. 
E lhe digo mais uma vez: Muito obrigado, Paulinho, e boa sorte. Esperamos vê-lo novamente com a camisa do Corinthians.

Abaixo, os melhores lances e gols do jogador:



sábado, 22 de junho de 2013

De volta ao Futebol - Enquanto isso na Seleção

Enfim a Seleção Brasileira, e principalmente Neymar, parecem ter se encontrado para o caminho rumo à Copa do Mundo.

O escrete tem jogado um futebol tipicamente Felipesco, ao modo como jogou a Seleção de 2002:
Não se vê um absoluto domínio de posse de bola como faz a Espanha.
A busca do gol é contundente ainda que a equipe esteja ganhando.
Equilibrio entre jogadas pelo meio e jogadas pela lateral.
Destaques individuais resolvem.

Neymar faz gol de falta e comemora. Foto: Flavio Florido/Uol


O Brasil tem grande chance de ser campeão (se a Copa continuar). 

Contudo, não se deve deixar de notar que esse torneio não é parâmetro para a Copa do Mundo. 
Em 1997, o Brasil foi campeão com um 6 x 0 sobre a surpresa Austrália. No ano seguinte, já sabemos o que aconteceu: a equipe foi derrotada por inesquecíveis 3 x 0 ante a França Zidanistica.
Além do que naquele ano a equipe européia que participou foi a Republica Tcheca.

Em 2001, a França foi a campeã em cima do Japão. No ano seguinte os franceses fizeram vexame na Copa de 2002 ao serem desclassificados na primeira fase. Já o Brasil, quarto colocado, foi campeão mundial. 
Depois do torneio, o técnico Leão foi demitido e para seu lugar chamaram Felipão.

Já em 2005 e 2009 o Brasil foi campeão sobre Argentina e Estados Unidos, criando uma espécie de grande favoritismo para a copa de 2006 e otimismo para a Copa de 2010. Só que não. A equipe foi desclassificada nas quartas-de-final e o comando do time foi todo modificado. 

Enfim, aguardemos.


sábado, 25 de maio de 2013

Começa o Brasileirão, um dos torneios de futebol mais equilibrados do mundo.

Começa o Brasileirão, um dos torneios de futebol mais equilibrados do mundo.


Para refrescar a memória, disse, entre outras coisas que:

O Campeonato Brasileiro continua muito competitivo. Nestes 10 anos, seis equipes diferentes foram campeãs.
Também continua emocionante: se perdeu em intensidade (por ausência de mata-mata, em especial a final), ganhou em variedade: mais times têm mais mini-decisões, como para não ser rebaixado, ganhar uma vaga na Libertadores ou ser campeão. 
Disse também que o Brasileirão ganhou em previsibilidade, na medida em que os times podem se reforçar com antecedência sabendo exatamente quantos jogos farão e com quem farão. Isso fez surgir um programa de sócio-torcedor eficiente para muitos clubes, e a verba com pay-per-view e TV aberta se multiplicou.
Por fim, percebi que essa fórmula é muito mais justa com os times que foram os melhores no agregado geral do campeonato. Muitas vezes, no sistema antigo, equipes que ficaram em oitavo lugar foram campeãs. 

Hoje, pretendo fazer uma abordagem mais in loco, ou melhor, in game, do certame de 2013, considerando as últimas edições.

Para isso veremos que em geral os comentaristas pontuam como favoritos ao título os times do Atlético Mineiro, Corinthians e Fluminense. Não por acaso, os últimos campeões e o time que tem jogado o melhor futebol e que conta com uma das poucas estrelas-master do futebol brasileiro. 

Neste link temos um resumo do que pensam os blogueiros do UOL
E aqui, o que dizem  os comentaristas da Globo/Sportv 

No entanto, acho interessante fazer remissão a outros campeonatos para mostrar que, neste sentido, o Brasileirão não é assim tão previsível:

Na edição de 2009, os comentaristas da Globo/Sportv apontavam como favoritos São Paulo, Cruzeiro, Inter e Corinthians. Interessante notar que o Flamengo, campeão daquele ano, não foi votado por alguns nem como favorito a uma das vagas na Libertadores. Mas com relação às outras equipes eles acertaram, uma vez que o quadro dos primeiros colocados ficou assim configurado: Flamengo, Internacional, São Paulo e Cruzeiro. O Corinthians ficaria apenas em 10º lugar. 

Na edição de 2010, os capitães dos times do Brasileirão apontavam como favoritos Santos, Cruzeiro e São Paulo, correndo por fora Corinthians, Gremio e Inter. O Fluminense não foi apontado por ninguém. No entanto, a equipe foi campeã, seguida por Cruzeiro, Corinthians e Grêmio. Internacional, São Paulo e Santos ficaram em posições intermediárias. 

Em 2011, ano em que o Corinthians foi campeão, os comentaristas da Globo/Sportv indicavam que Santos e Cruzeiro estavam em melhor momento, seguidos por Inter e São Paulo. Ninguém cravou o Corinthians como campeão, e poucos o apontaram para figurar na lista da Libertadores. Completaram as primeiras colocações o Vasco, Fluminense, Flamengo e Inter. Ou seja, naquele ano quem opinou errou feio. O Santos ficou em 10º e o Cruzeiro próximo de ser rebaixado.

Já em 2012, os comentaristas tiveram melhor sorte. Relacionaram como favoritos os times do Santos, especialmente, além de Fluminense e Corinthians. Para a Libertadores, indicaram também Inter e São Paulo. Como se sabe,  o Flu foi campeão, seguido de Atlético, Inter e São Paulo. O Corinthians ficou em 6º.

Considerando estes dados, podemos perceber que: 
  • Em geral os comentaristas apontam como favoritos as equipes campeãs do ultimo ano e as que participam da Libertadores. Essa visão é compartilhada por jogadores e torcedores. Isso porque  futebol é medido pelo momento em que vive a equipe.
  • Todavia, num campeonato extenso como o nacional, essa máxima também vale: sendo o futebol momento, em geral outros times tendem a aparecer na primeira fila. Sete meses é o suficiente para este "momento" mudar radicalmente.
  • A ponto de um time considerado favorito em um ano estar próximo a ser rebaixado no mesmo ano, ou fazer campanha pífia.
  • Assim, somente o momento não é suficiente para averiguar as chances de uma equipe. O trabalho e a organização também devem ser considerados, especialmente para projetos a longo prazo. Neste sentido Sâo Paulo, Inter, Cruzeiro, Corinthians e Santos são destaques, a ponto de configurarem como favoritos a Libertadores em quase todos os anos.
  • Os times apontados como intermediários tem plenas chances de serem campeões ou chegar na Libertadores. 


Por isso, nesta edição de 2013, não se deve desconsiderar que times como o Inter, Cruzeiro, Botafogo, São Paulo, Santos e Grêmio podem chegar mais longe do que o pensado. Flamengo, Vasco e os demais correm por fora. 

No mais, tendo a me posicionar. Considero como favoritos: Corinthians, Atlético Mineiro, Inter e São Paulo. Porque os dois últimos? Certamente o Inter tem um dos melhores times do país, com destaque para a comissão de frente - Fred, D'Alessandro, Forlan e Damião. Já o São Paulo foi um dos primeiros do ano passado, conta com a manutenção de um técnico e foi o primeiro lugar do Paulista desse ano. Tem um bom time, que vive um mau momento, mas não deixa de ser favorito. Não incluo Fluminense e Santos para o título, mas para a Libertadores. O primeiro não conta com futebol sólido de seu meio de campo. Já o Santos porque acaba de se desfazer do seu principal jogador. 

Times que podem surpreender: Flamengo e Ponte Preta, por conta dos bons jogadores que tem no seu elenco, como Elias, Marcelo Moreno no primeiro, e Ramires e William, no segundo.

Jogadores que podem e/ou devem (no sentido de que é o momento exato para isso - ou vai ou racha) ser destaque, mas não são as estrelas do time:

  • Bernard e Marcos Rocha (Atlético-MG)
  • Cássio, Edenilson e Pato (Corinthians)
  • Wellington Nem e Fred (Fluminense)
  • Lodeiro e Dória (Botafogo)
  • Fred, Rodrigo Moledo e Forlan (Inter)
  • Ganso, Rodrigo Caio e Negueba (São Paulo)
  • Dedé e Borges (Cruzeiro)
  • Fernando, Vargas e Barcos (Grêmio)
  • Rafael e Montillo (Santos)
  • Felipe e Cleberson (Atlético-PR)
  • Robinho e Leandro Almeida (Coritiba)
  • Elias, Carlos Eduardo e Amaral (Flamengo)
  • Ernando e Amaral (Goiás)
  • Baraka e Chiquinho (Ponte Preta)
  • Dakson e Tenório (Vasco)
  • Titi e Ryder (Bahia)
  • Bruno, Suéliton e Fabinho (Criciúma)
  • Martinez (Nautico)
  • Cañete (Portuguesa)
  • Gabriel Paulista e Dinei (Vitória)
Fique atento nestes jogadores: Edenilson (Corinthians), Baraka (Ponte), Suéliton (Criciuma), Gabriel Barbosa (Santos).

domingo, 19 de maio de 2013

Terminam os regionais. Reflexões sobre os torneios estaduais de futebol.

Terminam os regionais. Reflexões sobre os torneios estaduais de futebol.

Nos principais campeonatos regionais do país, o primeiro a ser campeão, com folgas, foi o Botafogo, seguido do Internacional. Logo após, o Vitória, na Bahia, e o Santa Cruz, em Pernambuco, que foram campeões no fim de semana passado. Neste final de semana, foram campeões os dois times que tem jogado o melhor futebol do Brasil, Atlético Mineiro e Corinthians.

Todavia, a palavra-chave que definiu os Estaduais deste ano foi: chocho. Choco. Sem Graça. De fato, pergunte a qualquer torcedor se ele prefere ser campeão da Libertadores, Brasileiro, Copa do Brasil ou Estadual, e certamente a última opção sere este.

Botafogo de Seedorf. Uma das poucas gratas surpresas dos regionais. 


Isto vem da ordem natural das coisas, mas porque demorou tanto tempo para acontecer? Veja-se que a Libertadores começou em 1960, mas os times brasileiros só lhe voltaram as atenções na década de 90. Não era incomum as equipes muitas vezes escalarem times reservas nos certames internacionais, inclusive no Brasileiro que começava, para favorecer o Estadual. 

Me atrevo a dizer que o modelo dos nossos regionais está em franco declínio. Quando foi a ultima vez que um regional teve grande discussão? Eu diria que em São Paulo foi em 1999, e no Rio de Janeiro em 2001. Não por acaso o Palmeiras fora campeão da Libertadores daquele ano e o Flamengo tri-campeão carioca. Em 2002, os torneios se juntaram em regionais. Este, em minha opinião, foi o gatilho que fez com que os regionais perdessem a magia. Leiam bem: um gatilho - pois todas as circunstâncias premeditavam tal fato.

Desde então a "magia", que não estava la essas coisas, se perdeu. Uma reforma seria necessária. 

Não estou dizendo para mitigar por completo os regionais. Diria que muitos times precisam deste campeonato. Três assertivas devem ser consideradas: os Estaduais são rentáveis para os clubes. Os Estaduais são um alento para torcidas de times que não serão campeões nacionais e internacionais. E os Estaduais são o simbolo de jogos de poder entre as federações, que se centralizam na CBF.

Tais motivos, entretanto, não impedem a ideia de reforma nos Estaduais. Não há razão para tantas datas, sendo que o desinteresse dos torcedores aumenta cada vez mais.
Hoje a palavra-chave do futebol brasileiro é internacionalização. Então porque não diminuir as datas dos regionais e permitir aos times que façam pre-temporadas e amistosos no exterior? 

Uma pequena sugestão. Um paulistão, por exemplo, com 12 datas. Assim, dois grupos, cada um de 10 se times, terminam com 9 jogos cada. Os quatro primeiros de cada grupo se classificam, de maneira que o primeiro do grupo A pega o quarto do Grupo B e vice-versa. Cada decisão é apenas um jogo, inclusive a final, que deverá ser em campo neutro. 

Enfim, não basta criticar sem sugestões. 

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Corinthians x Boca e Palmeiras x Tijuana. Pequenos pitacos da peteca.

Corinthians x Boca e Palmeiras x Tijuana. Pequenos pitacos da peteca. 

Quando os resultados da primeira fase da Libertadores indicavam a reedição da final de 2012, a torcida do Boca Juniors começou a lamentar ter que encontrar o atual campeão já nas oitavas de final. Mal sabiam qual seria o destino de ambos os times.

A torcida do Boca temia o Corinthians, mas mal imaginava o que estava por vir.


Independente do resultado, o Boca Juniors foi melhor em 60% do tempo e jogou um futebol merecedor de passar para as quartas-de-final. O futuro, todavia, não parece promissor, diante de uma série de falhas que o time ainda apresenta, em especial no ataque. Mas Boca é Boca sempre, então é melhor não entrar muito na futurologia porque o time pode acabar beliscando o título novamente.

Riquelme, como sempre, um diferencial. Independente do resultado, o Boca Juniors foi melhor em 60% do tempo.
Créditos da foto: Estadão.


Já o Corinthians tem demonstrado bom futebol, mas oscilado demais. Um aspecto deve ser realçado: a perda do poder de marcação sob pressão no campo do adversário. Observando os últimos quatro jogos, o Corinthians só se utilizou desse estratagema no primeiro tempo do jogo contra o Santos e nos primeiros minutos do segundo tempo contra o Boca, quando empatou o jogo.

Todavia, essa espécie de marcação exige muito condicionamento físico, sacrifício dos atacantes e uma certa dose de motivação. Por isso são poucos os times que conseguem fazê-la o jogo todo. Os cautos observadores do futebol certamente observaram que este time do Corinthians não é de muitos gols. Vide a campanha da Libertadores do ano passado. 

A marcação por pressão Corinthiana contra o Al Ahly. Efetiva, mas exigente. Créditos da foto: Esporte Interativo. 

Conforme realçou Vitor Birner, o Corinthians paga o preço de ser campeão do mundo: Teve menos tempo para treinar e muitos outros times começaram a copiar seu estilo de jogo.
"Lembremos: para ser campeão, um time, qualquer time, tem de ganhar também dos erros de arbitragem, assim como os do goleiro ou do centro-avante." - Juca Kfouri

A hora, portanto, é de manutenção do trabalho. Eliminação não significa que o time é ruim. O Corinthians precisa fazer alguns poucos acertos pontuais. O time, entretanto, está redondo. Significa que cada mudança pode tanto trazer efeitos positivos como negativos. Se Alessandro não é o melhor dos laterais ao avançar, ele tem um comprometimento tático muito bom. E hoje no mercado não existem muitas opções. Talvez Edenilson seja melhor. O mesmo pode se dizer de Fábio Santos. 

Três atacantes também não são sinonimo de gol. Com a volta de Renato Augusto (que mesmo jogando só 2 meses já faz muita falta para a tática), a tendencia é que Romarinho ou Emerson deixem o time titular, ou até ambos, com a necessária entrada de Pato. Alias, esse vai ser um dos maiores problemas do Tite.

Com relação à arbitragem, o Corinthians foi claramente garfado. Em anos no futebol, nunca vi um time ser tão prejudicado em somente um jogo. Os erros foram tantos que os jogadores pareciam anestesiados. Um dos motivos, claro, foram os cartões amarelos distribuídos no começo do jogo. Tais erros, ainda assim, colaboraram com o mal futebol da equipe. 

Carlos Amarilla deixou de marcar dois penaltys claros e um gol a favor do Corinthians. Arbitragem estranha. Créditos da foto: Sportv


A arbitragem da Libertadores precisa ser toda revista, não só em método como em condicionamento. 

Palmeiras

Com relação ao Palmeiras, a derrota foi uma consequência de um mal momento que vive a equipe. Uma caça as bruxas só tenderia a piorar o ambiente. A diretoria parece consciente disto e não mandou (ainda) o técnico embora. Quando as coisas devem dar errado, elas dão. O erro do goleiro foi crasso, mas o que está por traz disso é ansiedade, diante da expectativa que o time tem para demonstrar resultados logo. 

O Palmeiras tem uma nova chance de reencontrar. A Série B é um ano "sabático" ideal para isso. Tempo de reformas, de reorganização. Em 2002, isto estava muito cru. O Palmeiras ainda tinha influencia da gestão da Parmalat e começava a andar pelas proprias pernas. Parece que esse período de transição terminou recentemente. O Saldo foram um Paulista e uma Copa do Brasil. Muito pouco para o time que foi um dos melhores do mundo no século passado. 

Gilson Kleina não foi demitido. Ainda. Sinal de que o Palmeiras segue nova cartilha.
A equipe alviverde já deu um grande passo para a reformulação, que foi acabar com as dinastias de mandantes do time. Outros times passaram por situações semelhantes e também foram rebaixados. Alguns colhem frutos da renovação. Atlético Mineiro, Corinthians, Fluminense. Outros ainda estão no caminho: Vasco, Botafogo e Palmeiras.

Em tempo, tenho pensado muito que o futebol por si merece uma renovada, tanto em questão de Justiça como em questão de Entretenimento. Escrevo sobre isso em breve.