sábado, 25 de maio de 2013

Começa o Brasileirão, um dos torneios de futebol mais equilibrados do mundo.

Começa o Brasileirão, um dos torneios de futebol mais equilibrados do mundo.


Para refrescar a memória, disse, entre outras coisas que:

O Campeonato Brasileiro continua muito competitivo. Nestes 10 anos, seis equipes diferentes foram campeãs.
Também continua emocionante: se perdeu em intensidade (por ausência de mata-mata, em especial a final), ganhou em variedade: mais times têm mais mini-decisões, como para não ser rebaixado, ganhar uma vaga na Libertadores ou ser campeão. 
Disse também que o Brasileirão ganhou em previsibilidade, na medida em que os times podem se reforçar com antecedência sabendo exatamente quantos jogos farão e com quem farão. Isso fez surgir um programa de sócio-torcedor eficiente para muitos clubes, e a verba com pay-per-view e TV aberta se multiplicou.
Por fim, percebi que essa fórmula é muito mais justa com os times que foram os melhores no agregado geral do campeonato. Muitas vezes, no sistema antigo, equipes que ficaram em oitavo lugar foram campeãs. 

Hoje, pretendo fazer uma abordagem mais in loco, ou melhor, in game, do certame de 2013, considerando as últimas edições.

Para isso veremos que em geral os comentaristas pontuam como favoritos ao título os times do Atlético Mineiro, Corinthians e Fluminense. Não por acaso, os últimos campeões e o time que tem jogado o melhor futebol e que conta com uma das poucas estrelas-master do futebol brasileiro. 

Neste link temos um resumo do que pensam os blogueiros do UOL
E aqui, o que dizem  os comentaristas da Globo/Sportv 

No entanto, acho interessante fazer remissão a outros campeonatos para mostrar que, neste sentido, o Brasileirão não é assim tão previsível:

Na edição de 2009, os comentaristas da Globo/Sportv apontavam como favoritos São Paulo, Cruzeiro, Inter e Corinthians. Interessante notar que o Flamengo, campeão daquele ano, não foi votado por alguns nem como favorito a uma das vagas na Libertadores. Mas com relação às outras equipes eles acertaram, uma vez que o quadro dos primeiros colocados ficou assim configurado: Flamengo, Internacional, São Paulo e Cruzeiro. O Corinthians ficaria apenas em 10º lugar. 

Na edição de 2010, os capitães dos times do Brasileirão apontavam como favoritos Santos, Cruzeiro e São Paulo, correndo por fora Corinthians, Gremio e Inter. O Fluminense não foi apontado por ninguém. No entanto, a equipe foi campeã, seguida por Cruzeiro, Corinthians e Grêmio. Internacional, São Paulo e Santos ficaram em posições intermediárias. 

Em 2011, ano em que o Corinthians foi campeão, os comentaristas da Globo/Sportv indicavam que Santos e Cruzeiro estavam em melhor momento, seguidos por Inter e São Paulo. Ninguém cravou o Corinthians como campeão, e poucos o apontaram para figurar na lista da Libertadores. Completaram as primeiras colocações o Vasco, Fluminense, Flamengo e Inter. Ou seja, naquele ano quem opinou errou feio. O Santos ficou em 10º e o Cruzeiro próximo de ser rebaixado.

Já em 2012, os comentaristas tiveram melhor sorte. Relacionaram como favoritos os times do Santos, especialmente, além de Fluminense e Corinthians. Para a Libertadores, indicaram também Inter e São Paulo. Como se sabe,  o Flu foi campeão, seguido de Atlético, Inter e São Paulo. O Corinthians ficou em 6º.

Considerando estes dados, podemos perceber que: 
  • Em geral os comentaristas apontam como favoritos as equipes campeãs do ultimo ano e as que participam da Libertadores. Essa visão é compartilhada por jogadores e torcedores. Isso porque  futebol é medido pelo momento em que vive a equipe.
  • Todavia, num campeonato extenso como o nacional, essa máxima também vale: sendo o futebol momento, em geral outros times tendem a aparecer na primeira fila. Sete meses é o suficiente para este "momento" mudar radicalmente.
  • A ponto de um time considerado favorito em um ano estar próximo a ser rebaixado no mesmo ano, ou fazer campanha pífia.
  • Assim, somente o momento não é suficiente para averiguar as chances de uma equipe. O trabalho e a organização também devem ser considerados, especialmente para projetos a longo prazo. Neste sentido Sâo Paulo, Inter, Cruzeiro, Corinthians e Santos são destaques, a ponto de configurarem como favoritos a Libertadores em quase todos os anos.
  • Os times apontados como intermediários tem plenas chances de serem campeões ou chegar na Libertadores. 


Por isso, nesta edição de 2013, não se deve desconsiderar que times como o Inter, Cruzeiro, Botafogo, São Paulo, Santos e Grêmio podem chegar mais longe do que o pensado. Flamengo, Vasco e os demais correm por fora. 

No mais, tendo a me posicionar. Considero como favoritos: Corinthians, Atlético Mineiro, Inter e São Paulo. Porque os dois últimos? Certamente o Inter tem um dos melhores times do país, com destaque para a comissão de frente - Fred, D'Alessandro, Forlan e Damião. Já o São Paulo foi um dos primeiros do ano passado, conta com a manutenção de um técnico e foi o primeiro lugar do Paulista desse ano. Tem um bom time, que vive um mau momento, mas não deixa de ser favorito. Não incluo Fluminense e Santos para o título, mas para a Libertadores. O primeiro não conta com futebol sólido de seu meio de campo. Já o Santos porque acaba de se desfazer do seu principal jogador. 

Times que podem surpreender: Flamengo e Ponte Preta, por conta dos bons jogadores que tem no seu elenco, como Elias, Marcelo Moreno no primeiro, e Ramires e William, no segundo.

Jogadores que podem e/ou devem (no sentido de que é o momento exato para isso - ou vai ou racha) ser destaque, mas não são as estrelas do time:

  • Bernard e Marcos Rocha (Atlético-MG)
  • Cássio, Edenilson e Pato (Corinthians)
  • Wellington Nem e Fred (Fluminense)
  • Lodeiro e Dória (Botafogo)
  • Fred, Rodrigo Moledo e Forlan (Inter)
  • Ganso, Rodrigo Caio e Negueba (São Paulo)
  • Dedé e Borges (Cruzeiro)
  • Fernando, Vargas e Barcos (Grêmio)
  • Rafael e Montillo (Santos)
  • Felipe e Cleberson (Atlético-PR)
  • Robinho e Leandro Almeida (Coritiba)
  • Elias, Carlos Eduardo e Amaral (Flamengo)
  • Ernando e Amaral (Goiás)
  • Baraka e Chiquinho (Ponte Preta)
  • Dakson e Tenório (Vasco)
  • Titi e Ryder (Bahia)
  • Bruno, Suéliton e Fabinho (Criciúma)
  • Martinez (Nautico)
  • Cañete (Portuguesa)
  • Gabriel Paulista e Dinei (Vitória)
Fique atento nestes jogadores: Edenilson (Corinthians), Baraka (Ponte), Suéliton (Criciuma), Gabriel Barbosa (Santos).

domingo, 19 de maio de 2013

Terminam os regionais. Reflexões sobre os torneios estaduais de futebol.

Terminam os regionais. Reflexões sobre os torneios estaduais de futebol.

Nos principais campeonatos regionais do país, o primeiro a ser campeão, com folgas, foi o Botafogo, seguido do Internacional. Logo após, o Vitória, na Bahia, e o Santa Cruz, em Pernambuco, que foram campeões no fim de semana passado. Neste final de semana, foram campeões os dois times que tem jogado o melhor futebol do Brasil, Atlético Mineiro e Corinthians.

Todavia, a palavra-chave que definiu os Estaduais deste ano foi: chocho. Choco. Sem Graça. De fato, pergunte a qualquer torcedor se ele prefere ser campeão da Libertadores, Brasileiro, Copa do Brasil ou Estadual, e certamente a última opção sere este.

Botafogo de Seedorf. Uma das poucas gratas surpresas dos regionais. 


Isto vem da ordem natural das coisas, mas porque demorou tanto tempo para acontecer? Veja-se que a Libertadores começou em 1960, mas os times brasileiros só lhe voltaram as atenções na década de 90. Não era incomum as equipes muitas vezes escalarem times reservas nos certames internacionais, inclusive no Brasileiro que começava, para favorecer o Estadual. 

Me atrevo a dizer que o modelo dos nossos regionais está em franco declínio. Quando foi a ultima vez que um regional teve grande discussão? Eu diria que em São Paulo foi em 1999, e no Rio de Janeiro em 2001. Não por acaso o Palmeiras fora campeão da Libertadores daquele ano e o Flamengo tri-campeão carioca. Em 2002, os torneios se juntaram em regionais. Este, em minha opinião, foi o gatilho que fez com que os regionais perdessem a magia. Leiam bem: um gatilho - pois todas as circunstâncias premeditavam tal fato.

Desde então a "magia", que não estava la essas coisas, se perdeu. Uma reforma seria necessária. 

Não estou dizendo para mitigar por completo os regionais. Diria que muitos times precisam deste campeonato. Três assertivas devem ser consideradas: os Estaduais são rentáveis para os clubes. Os Estaduais são um alento para torcidas de times que não serão campeões nacionais e internacionais. E os Estaduais são o simbolo de jogos de poder entre as federações, que se centralizam na CBF.

Tais motivos, entretanto, não impedem a ideia de reforma nos Estaduais. Não há razão para tantas datas, sendo que o desinteresse dos torcedores aumenta cada vez mais.
Hoje a palavra-chave do futebol brasileiro é internacionalização. Então porque não diminuir as datas dos regionais e permitir aos times que façam pre-temporadas e amistosos no exterior? 

Uma pequena sugestão. Um paulistão, por exemplo, com 12 datas. Assim, dois grupos, cada um de 10 se times, terminam com 9 jogos cada. Os quatro primeiros de cada grupo se classificam, de maneira que o primeiro do grupo A pega o quarto do Grupo B e vice-versa. Cada decisão é apenas um jogo, inclusive a final, que deverá ser em campo neutro. 

Enfim, não basta criticar sem sugestões. 

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Corinthians x Boca e Palmeiras x Tijuana. Pequenos pitacos da peteca.

Corinthians x Boca e Palmeiras x Tijuana. Pequenos pitacos da peteca. 

Quando os resultados da primeira fase da Libertadores indicavam a reedição da final de 2012, a torcida do Boca Juniors começou a lamentar ter que encontrar o atual campeão já nas oitavas de final. Mal sabiam qual seria o destino de ambos os times.

A torcida do Boca temia o Corinthians, mas mal imaginava o que estava por vir.


Independente do resultado, o Boca Juniors foi melhor em 60% do tempo e jogou um futebol merecedor de passar para as quartas-de-final. O futuro, todavia, não parece promissor, diante de uma série de falhas que o time ainda apresenta, em especial no ataque. Mas Boca é Boca sempre, então é melhor não entrar muito na futurologia porque o time pode acabar beliscando o título novamente.

Riquelme, como sempre, um diferencial. Independente do resultado, o Boca Juniors foi melhor em 60% do tempo.
Créditos da foto: Estadão.


Já o Corinthians tem demonstrado bom futebol, mas oscilado demais. Um aspecto deve ser realçado: a perda do poder de marcação sob pressão no campo do adversário. Observando os últimos quatro jogos, o Corinthians só se utilizou desse estratagema no primeiro tempo do jogo contra o Santos e nos primeiros minutos do segundo tempo contra o Boca, quando empatou o jogo.

Todavia, essa espécie de marcação exige muito condicionamento físico, sacrifício dos atacantes e uma certa dose de motivação. Por isso são poucos os times que conseguem fazê-la o jogo todo. Os cautos observadores do futebol certamente observaram que este time do Corinthians não é de muitos gols. Vide a campanha da Libertadores do ano passado. 

A marcação por pressão Corinthiana contra o Al Ahly. Efetiva, mas exigente. Créditos da foto: Esporte Interativo. 

Conforme realçou Vitor Birner, o Corinthians paga o preço de ser campeão do mundo: Teve menos tempo para treinar e muitos outros times começaram a copiar seu estilo de jogo.
"Lembremos: para ser campeão, um time, qualquer time, tem de ganhar também dos erros de arbitragem, assim como os do goleiro ou do centro-avante." - Juca Kfouri

A hora, portanto, é de manutenção do trabalho. Eliminação não significa que o time é ruim. O Corinthians precisa fazer alguns poucos acertos pontuais. O time, entretanto, está redondo. Significa que cada mudança pode tanto trazer efeitos positivos como negativos. Se Alessandro não é o melhor dos laterais ao avançar, ele tem um comprometimento tático muito bom. E hoje no mercado não existem muitas opções. Talvez Edenilson seja melhor. O mesmo pode se dizer de Fábio Santos. 

Três atacantes também não são sinonimo de gol. Com a volta de Renato Augusto (que mesmo jogando só 2 meses já faz muita falta para a tática), a tendencia é que Romarinho ou Emerson deixem o time titular, ou até ambos, com a necessária entrada de Pato. Alias, esse vai ser um dos maiores problemas do Tite.

Com relação à arbitragem, o Corinthians foi claramente garfado. Em anos no futebol, nunca vi um time ser tão prejudicado em somente um jogo. Os erros foram tantos que os jogadores pareciam anestesiados. Um dos motivos, claro, foram os cartões amarelos distribuídos no começo do jogo. Tais erros, ainda assim, colaboraram com o mal futebol da equipe. 

Carlos Amarilla deixou de marcar dois penaltys claros e um gol a favor do Corinthians. Arbitragem estranha. Créditos da foto: Sportv


A arbitragem da Libertadores precisa ser toda revista, não só em método como em condicionamento. 

Palmeiras

Com relação ao Palmeiras, a derrota foi uma consequência de um mal momento que vive a equipe. Uma caça as bruxas só tenderia a piorar o ambiente. A diretoria parece consciente disto e não mandou (ainda) o técnico embora. Quando as coisas devem dar errado, elas dão. O erro do goleiro foi crasso, mas o que está por traz disso é ansiedade, diante da expectativa que o time tem para demonstrar resultados logo. 

O Palmeiras tem uma nova chance de reencontrar. A Série B é um ano "sabático" ideal para isso. Tempo de reformas, de reorganização. Em 2002, isto estava muito cru. O Palmeiras ainda tinha influencia da gestão da Parmalat e começava a andar pelas proprias pernas. Parece que esse período de transição terminou recentemente. O Saldo foram um Paulista e uma Copa do Brasil. Muito pouco para o time que foi um dos melhores do mundo no século passado. 

Gilson Kleina não foi demitido. Ainda. Sinal de que o Palmeiras segue nova cartilha.
A equipe alviverde já deu um grande passo para a reformulação, que foi acabar com as dinastias de mandantes do time. Outros times passaram por situações semelhantes e também foram rebaixados. Alguns colhem frutos da renovação. Atlético Mineiro, Corinthians, Fluminense. Outros ainda estão no caminho: Vasco, Botafogo e Palmeiras.

Em tempo, tenho pensado muito que o futebol por si merece uma renovada, tanto em questão de Justiça como em questão de Entretenimento. Escrevo sobre isso em breve. 

domingo, 12 de maio de 2013

Corinthians 2 x 1 Santos. Pequenos Pitacos da Peteca.

Corinthians 2 x 1 Santos. Pequenos Pitacos da Peteca.

Quem viu o futebol do Corinthians no primeiro tempo certamente se lembrou dos idos de 2012. Ao contrário dos jogos mais recentes, o Timão mostrou um volume de jogo digno de campeão do Mundo. Todavia, a superioridade não se traduziu em gols e o Campeonato está em aberto.

Se para o torcedor do Corinthians, 2 x 1 ficou barato, o mesmo não se pode dizer do prognóstico. A equipe parece ter finalmente achado um bom modelo para jogar e dominar times adversários, por mais bem elencados que sejam. Vide Neymar, que foi totalmente anulado na primeira parcela do jogo.

A equipe do técnico Tite, caso mantenha as boas apresentações, mantém-se mais apta a conquistar o Bi da Libertadores, embora concorra com o futebol, ora superior, do Atlético Mineiro.

Destaque particular da partida é o meio-campo Paulinho. Caso jogasse com tal nível na Europa seria inclusive relacionado para ser um dos 20 melhores jogadores do Mundo.

Foto: Ugoal.com




quinta-feira, 9 de maio de 2013

Atlético Mineiro x São Paulo. Pequenos pitacos.

Atlético Mineiro x São Paulo. Pequenos pitacos.

Os dois jogos entre o Galo e SPFC foram fenomenais. De certa forma, os melhores que assisti no ano, considerando o volume de futebol. O jogo do Atlético tem me surpreendido bastante. Explico.

O Atlético Mineiro joga para frente o tempo todo. O gol é o objetivo dos 90 minutos. Considero o galo favorítissimo para ganhar a Libertadores. Aliás, seria uma grata surpresa no futebol brasileiro. Daria um bom exemplo de como se jogar no Brasil. O esquema é parecido, aliás, com o de Bayern e Borussia, finalistas da Liga dos Campeões.

São Paulo não jogou tão mal. O resultado foi mais uma consequencia de erros esporádicos e da excelente fase do adversários. A caça às bruxas, aviso, não é necessária. Muitos times caíram não com resultados adversas, mas com as condutas tomadas após este, como se desfazer de meio time ou crucificar o técnico. 

Quem pode parar o Galo? O próprio, a mistica do Boca Junior, o futebol maquinal e fatal do Corinthians, e a estabilidade e estrelas do Fluminense.