quinta-feira, 7 de maio de 2015

O pior Corinthians do Ano - Corinthians 0 x 2 Guarani (PY)

Terminada a rodada final das classificatórias da Libertadores, o torcedor corinthiano, desgostoso com a derrota frente ao São Paulo, teve um certo alento. O time enfrentaria o Guarani do Paraguai, que é um clube grande lá, mas aqui quase desconhecido. Um torcedor otimista e de certa forma realista poderia esperar inclusive duas vitórias, dada a diferença técnica. Mas ontem, ao acabar do primeiro jogo, nenhum espectador poderia duvidar da grande vitória da equipe paraguaia e da ineficiência corinthiana.

O PIOR CORINTHIANS DO ANO
Corinthians 0 x 2 Guarani (PY) - Defensores del Chaco. 

Cássio toma gol incrível e coloca Corinthians em maus lençóis.
Foto: EFE/Andrés Cristaldo


Feitas as considerações iniciais, que dão grau de rompante à vitória do time Guarani, vou analisar o jogo em si. A preguiça parecia imperar no Corinthians, que entrou excessivamente calmo e até meio desconcentrado, de certa forma uma continuidade para com os últimos jogos do timão contra Palmeiras, São Paulo e San Lorenzo, em que também não foi bem. 

Não importa o nível do adversário, se o time entra daquele jeito popularmente chamado de "meia-bomba", a tendência é deixar o oponente crescer e sofrer riscos desnecessários. O retrato do jogo, então, foi esse: Um time que agia como se fosse resolver o jogo a qualquer hora, o Corinthians, e o outro time que efetivamente podia resolver o jogo a qualquer hora, o Guarani, tanto que assim o fez e poderia ter marcado mais.

Ainda no primeiro tempo as falhas de posicionamento deixaram o bom atacante Santander livre para chutar, Cássio saiu mal, mas Gil salvou. A sorte salvou, incompetência. Quando o Corinthians melhorou, ao fim do primeiro tempo, dominando o jogo e criando boas oportunidades, parecia promissor para o segundo tempo. Nenhuma destas chances, porém, foi substancial.

No segundo tempo, Tite demorou a mexer. Deveria ter entrado com Danilo no lugar de Renato Augusto ou de Luciano, que não cumpria bem suas funções nem de ataque e muito menos de defesa. Aliás, em termos de defender e consciência tática, até agora o Corinthians não arranjou um bom substituto igual ao Jorge Henrique, que fazia poucos gols mas era parte essencial daquela super-defesa do Corinthians em 2012. 

E já perto dos 15 minutos, em uma falta boba marcada, Cassio engoliu um frango impressionante, mostrando o reflexo da desconcentração, em chute batido pelo centroavante Santander. Gol que normalmente não tomaria, gol que complica o Corinthians. 

Quando Danilo entrou, depois do primeiro gol, foi quem mais criou perigo e armou jogadas. Se estiver bem fisicamente, Danilo deve voltar a ser titular, no lugar de Renato Augusto, que está devendo bastante. 

O Corinthians já fazia o seu pior jogo, mais até do que contra o São Paulo, quando esboçou uma reação e chegou a assustar o time paraguaio durante dez minutos, com uma bola na trave. No entanto, as falhas individuais e táticas continuaram e o Guarani continuava perigoso, ciscando pela área Corinthiana e contra-atacando vez ou outra de forma perigosa. E aí não deu outra, para fechar com chave de ouro a noite terrível, a zaga bobeou e Contrera fez o segundo gol, tornando a vida corinthiana na Libertadores muito mais difícil.

Ninguém pode falar que não foi merecido. Aliás, mesmo que o Corinthians jogasse mais, o Guarani teve méritos e soube se impor. Se os gols surgiram de falhas individuais também, é em razão da insistência do time paraguaio que ainda teve pelo menos mais duas ou três chances claras de gol.

Já o Corinthians deve ter muita atenção. Os últimos jogos mostram um certo descaso, desconcentração. Aquela ideia de intensidade de Tite parece ter sido deixada de lado. O time perdeu a sua identidade em menos de um mês e deixou subir à cabeça os elogios de começo de temporada. Mas de nada valerá a boa campanha se for eliminado agora.

O pior jogo do Corinthians do ano pode ser justamente aquele que mais valeu até agora. 

Tem plenas chances de reverter. Mas dependerá especialmente de não tomar gols em São Paulo. E mudar o futebol que vem jogando. 


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