sábado, 12 de julho de 2014

Hora da mudança no futebol canarinho.

Em 2001, o Brasil perdeu de 2 x 0 pra Honduras na Copa América, com Felipão no comando. Em 2011 e 2013, Barcelona goleou impiedosamente o Santos por 4 x 0 e 8 x 0. O Inter e o Atlético Mineiro foram derrotados por times africanos. O Corinthians, eliminado pelo Tolima. Na Copa América de 2011, o Brasil foi eliminado pelo Paraguai em um horrendo 0 x 0 e nos penalties. 

Claro, nesse meio tempo o Brasil colecionou títulos da Copa das Confederações e a Copa de 2002.

Mas todos os resultados são indicativos de uma crise, que agora neste ano de 2014, em pleno território brasileiro, estourou em ridículos 10 gols tomados nas atuações mais horrendas que eu vi em toda a minha vida. 7 x 1 para a Alemanha e 3 x 0 para a Holanda. 


A mudança é necessária, dos pés à cabeça, ou seja, da CBF às categorias de Base. O projeto Alemão, fundado em 1998 após a derrota de 3 x 0 para a Croácia, é um exemplo que serve de inspiração, mas não deve ser tomado por completo - as circunstâncias são semelhantes mas não de todo igual.

Muito circula sobre a revolução Alemã nesse sentido. O Campeonato Alemão tem a melhor média de público do mundo, e não a toa a equipe chegou à final. Eles investiram em mais de 1.000 campos para beneficiar as categorias de base, tornaram o futebol um bem do povo e estabeleceram um controle financeiro sobre os clubes e campeonatos. 

Olhe para esta edição da Copa do Mundo, e conte quantos jogadores acima da média tem o Brasil, Basicamente é a zaga, Thiago Silva e David Luiz (que jogaram um futebol sofrível) e o Neymar. Já na Alemanha, só citando os jogadores de meia já temos cinco grandes nomes: Ozil, Khedira, Muller, Kroos, Schweinsteiger, fora os potenciais Gotze e Reus. No ataque, Podolski, Klose e Schurrle. 

Com tudo isso, ainda assim a Alemanha pode ser vice campeã, porque nome não é tudo. Mas um bom elenco com certeza é um bom começo para ser campeão. 

A Copa do Mundo foi um marco de mal futebol nos ultimos jogos, pelo lado da Seleção Brasileira. Mas também pode ser um marco de recomeço. Trata-se de uma janela que não haveria de ser aberta em anos, afinal, ainda assim aparecem jogadores de bom nível no Brasil (cada vez em numero menor, todavia). 

Para começar, a seleção  brasileira deve ser um patrimônio nacional, e como tal, o dinheiro recebido pela CBF deve ser vertido em investimento no Futebol. Mas o destino de onde vai essa bufunfa é cinzento e inclui contratos duvidosos. Então, o próximo passo é auditoria financeira na CBF e entidades.

Parte do dinheiro ainda deveria ajudar os clubes na manutenção dos bons jogadores. Não apenas os jogadores de Série A, mas também os da segunda e terceira divisão e times do interior. Não devemos esquecer, muitos dos nossos jogadores são oriundos dos times pequenos.

Maior atenção às categorias de base. Os jogadores brasileiros são tipo exportação. Eles servem aos times estrangeiro e muitas vezes vão reforçar a seleção de outro país porque as condições são melhores. Quem ganha com isso são apenas os empresários, que estão interessados mais no retorno e lucro do que na qualidade. Com isso, criamos muito mais zagueiros e meias para jogarem fora daqui, e menos técnica e ginga, que foram a nossa marca durante anos. Os melhores zagueiros do mundo são brasileiros, mas os nossos meias e atacantes estão em decadência. 

O controle financeiro não deve se ater apenas à seleção brasileira. É necessária faxina administrativa nos clubes e meios para torna-los mais independentes da cota da TV, e trazer de volta os torcedores ao Estádio.

A manutenção de Felipão, como anunciada na imprensa, não é um bom sinal. É necessário um choque também na parte técnica. Um treinador brasileiro poderia servir, mas os nomes são poucos. Concordo com parte da imprensa que uma mente estrangeira pode dar novos ares. Mourinho, Jorge Sampaoli, ou até o técnico da Costa Rica. 

Por fim, a mudança no calendário, de forma a privilegiar mais o futebol praticado do que a quantidade de partidas. Deve-se, contudo, levar em conta que o Brasil, ao contrário dos países europeus, tem 12 times em condições de disputar o titulo nacional, e talvez um campeonato com 20 times seja insuficiente para isso. 


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